Da perda de olfato ao AVC, a crescente lista de sintomas da COVID-19

A COVID-19, doença causada pelo vírus Sars-CoV-2, tem surpreendido a todos com uma ampla gama de sintomas em diferentes regiões do corpo e uma alta variabilidade de apresentação entre os doentes.
Perda de paladar e olfato, fadiga extrema, tosse e perda de apetite são os sintomas mais preditivos de infecção por coronavírus.

Sintomas não habitualmente associados a uma doença viral respiratória, como diarreia, dor abdominal, conjuntivite, lesões de pele, perda ou alterações da fala e dos movimentos do corpo, também podem ser decorrentes da COVID-19.

Trata-se, portanto, de uma doença cuja lista de novos sintomas só aumenta e se transforma em motivo de preocupação para os profissionais da saúde. Entre as constatações, é sabido que quase dois em cada três indivíduos que testaram positivo para a COVID-19 relataram ter diminuição do olfato e/ou paladar, enquanto apenas cerca de uma a cada cinco pessoas que testaram negativo tiveram a mesma queixa.

“De uma maneira geral, os sintomas podem ser causados pela lesão direta do vírus, pela reação imune na tentativa de combater o vírus ou por uma resposta inflamatória exagerada do organismo que pode causar danos em todo o corpo mesmo sem a presença do vírus no local”, argumenta o médico otorrinolaringologista Nelson Almeida D’Ávila Melo, ao explicar a ligação entre a COVID-19 e as alterações do olfato e paladar.

Docente do curso de Medicina da Unit, o Dr. Nelson acrescenta que os mecanismos pelos quais ocorrem essas expressões morfológicas da doença ainda não foram completamente definidos, apesar de que o conhecimento na área evolui diariamente.

“Enquanto aguardamos mais respostas, podemos fazer um paralelo ao que foi previamente descrito em outras infecções virais respiratórias”, sugere o otorrinolaringologista para quem a perda do olfato pode advir de uma lesão direta à mucosa olfatória e/ou ao nervo olfatório.

Inflamação nasal com o consequente edema da mucosa e secreção nasal podem bloquear a entrada do ar e chegada das partículas odoríferas ao “teto” do nariz, local da mucosa olfatória especializada. A primeira hipótese é mais provável, pois muitos pacientes se queixam de baixa sensibilidade olfativa antes ou mesmo na ausência de obstrução ou secreção nasal.

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